quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

soltem os cachorros


Em restaurante à noite no meio da semana em cidade turística, somos eu e os cachorros. Vem um, deita, vem outro, deita. Quando o prato chega, já são três, sempre três. Tem um mais atrevido que vem mais perto e fica me olhando, lânguido. Eu nunca fui muito apegada a animais, acho fofinho, faço um carinho e legal. Mas esses cachorros meus companheiros de viagem me enchem de ternura. Um dia estava em S. Xico no único but aberto na cidade, era segunda-feira. Um cachorro se aproximou enquanto eu comia meio sem vontade um pão com ovo. Não consegui ignorar, parei de comer e puxei uma conversa com ele. Tinha acabado de comprar um saco de biscoito de polvilho para aquelas horas em que já passou o almoço e ainda estou na estrada. Ele engoliu uns 5 biscoitos, tive medo de dar mais e o bichinho engasgar. Depois ficou coçando o céu da boca. Esse cachorro precisa de água!, eu quase gritei, achando que o dono do boteco ia sentir o mesmo que eu sentia, num plágio descarado do texto Ser brotinho, do Paulo Mendes Campos. Ter compaixão de um só mendigo entre todos os outros mendigos da Terra.

Na foto, lobo-guará morador do Zooparque, em Itatiba.

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