terça-feira, 15 de maio de 2012

exercício


É um exercício interessante, ir a shows sem saber de quem se trata, o que vai ouvir. Já fui a um punhado deles quase no escuro, ouvindo um trecho de música, às vezes nem isso, às vezes uma frase palúdica dele que eu nem chego a digerir, só mastigo, às vezes só sorriso, sem promessa. Então chego, me aproximo do palco e olho ao redor. As pessoas perfeitamente colocadas ali, a menina  grande da saia curta brilhante, o fortão Felipe Folgosi, todos à espera dele, e tão impactados quando ele finalmente vem. James Blake me impactou no festival Sónar, no Anhembi, neste sábado. Embora eu estivesse com muito frio (ela tinha razão), embora já fosse tarde, embora eu quisesse ver o Justice do lado de fora. Aí acontece comigo esse movimento inverso interessante, eu gamo no artista depois do show, fico caçando suas músicas no You Tube, fico pensando como seria fazer parte daquela massa, aguardando Limit to Your Love naquele sábado. Aplaudindo aquele garoto com cara de 12 anos tocar sua música soft, soft como a cebola caramelizada que eu comi esta noite, e se eu me esqueço de sua doçura minhas mãos não esquecem.

3 comentários:

el pájaro que come piedra disse...

blake rules!

razão disse...

então, aprendemos: antes de um mergulho no palúdico universo do desconhecido musical, leve um casaco!

nana tucci disse...

hahahaha, ai, Razão...